"Viver? Ora, nossos criados farão isso por nós." A frase do personagem de Villiers de L Isle-Adam marca uma atitude comum em certa parte da intelectualidade da segunda metade do século XIX. Consolidada a burguesia no poder e, mais do que isso, o gosto burguês na sociedade, a reação de alguns escritores e artistas como Huysmans, L Isle-Adam e outros é voltar as costas à mediocridade dominante no cotidiano. A vida é isto? Então, ao contrário: às avessas!Às avessas, inclusive, com o naturalismo e sua glorificação do homem médio. O que conta é o ser excepcional, o prazer insólito e insuspeitado, inalcançável pelo homem comum.Inaugurando na literatura um novo caminho que leva em linha direta ao romance experimental do século XX, Às avessas, de J.-K. Huysmans, é menos o manifesto de um certo esteticismo do que um grito de socorro frente à maré da banalidade dominante. Romântico? Sim. Mas talvez valha a pena redescobri-lo, já que a idéia de "gente como gente" não predominou apenas na segunda metade do século XIX.
- Editora: COMPANHIA DAS LETRAS
- Autores: Traduzido por: PAES, JOSÉ PAULO | AUTOR: HUYSMANS, J.-K.
- ISBN: 9788585095123
- Capa: Brochura
- Edição: 1ª EDIÇÃO - 1987
- Formato: 14.00 x 21.00 cm
- Páginas: 280