Na primavera de 1749, François Bonis, estudante de medicina em Paris, viu-se inesperadamente arrastado para a Bastilha por distribuir “um poema abominável sobre o rei”. Assim teve início o caso dos Catorze, uma rigorosa operação policial contra cidadãos comuns, por terem promovido recitais de poesia sem autorização. Por que a reação oficial àqueles poemas foi tão drástica? Em Poesia e polícia, o historiador Robert Darnton acompanha esses poemas populares à medida que passam por diversos meios de difusão: copiados em tiras de papel, ditados de uma pessoa para outra, memorizados e declamados para uma plateia. Conclui, porém, que a divulgação mais eficaz se dava por meio da música, quando os versos eram cantados em melodias bem conhecidas. As letras muitas vezes se referiam a fatos recentes ou revelavam atitudes populares a respeito da corte real. Através da análise dessas canções - que constituem uma crônica das questões públicas da França oitocentista -, Darnton mostra, com brilhantismo, que as letras transmitiam mensagens pelas ruas de Paris durante um período de descontentamento crescente, formando assim uma complexa rede de comunicação, a qual permitia que a informação circulasse numa sociedade semiafalbetizada. Com lucidez e muita verve narrativa, Darnton revela a importância dos intercâmbios orais na história da comunicação e também o poder das redes “virais”, muito antes da era da internet.
- Editora: COMPANHIA DAS LETRAS
- Autores: Traduzido por: FIGUEIREDO, RUBENS | AUTOR: DARNTON, ROBERT
- ISBN: 9788535924114
- Capa: Brochura
- Edição: 1ª EDIÇÃO - 2014
- Formato: 14.00 x 21.00 cm
- Páginas: 232