Ambiente esfumaçado e de alegrias baratas regadas a muita cerveja. Nenhuma outra obra terá retratado de forma mais fiel e duradoura o ambiente carregado dos cabarés alemães do início do século XX. Contra esse pano de fundo, assistimos à progressiva derrocada do que poderia ser um tiraneco vendo seu reino ser contestado pelos ventos da História, mas que personifica um singular estado de espírito - os ares de fim de festa da Alemanha imperial sob influência prussiana, com tudo o que ela tem de conservadora e rígida, porém levando às últimas conseqüências um burocratismo iluminado de moral dupla. Não por acaso, Unrat, cujo apelido coincide sintomaticamente com detrito e congêneres, enquanto fustiga seus alunos a golpes de traduções de Homero e de redações sobre Schiller, vê-se enlaçar rumo à perdição pelos tentáculos de uma "dançarina de pés descalços", que o leva às últimas conseqüências na "desmoralização de uma cidade inteira", embora sem deixar oficialmente sua "visão sequiosa da humanidade oprimida implorando por misericórdia". O anjo azul, a obra mais conhecida de Heinrich Mann, entrou para a história 25 anos depois de sua publicação graças à memorável interpretação de Marlene Dietrich e Emil Jannings nos papéis principais, na antológica filmagem de Josef von Sternberg.
- Editora: ESTAÇÃO LIBERDADE
- Autores: AUTOR: MANN, HEINRICH | Traduzido por: PASCHOAL, ERLON JOSÉ
- ISBN: 9788574480473
- Capa: Brochura
- Edição: 1ª EDIÇÃO - 2002
- Formato: 14.00 x 21.00 cm
- Páginas: 234