A partir de finais do século XVIII, mas sobretudo durante o século XIX, toma força um novo gênero literário consagrado às boas maneiras. Escritos de modo claro e didático, os guias de boa conduta dedicavam-se à "ciência da civilização" e introduziam seus leitores nas atividades que marcavam a vida de sociedade: bailes, reuniões, saraus e jantares. No entanto, juntamente com a civilidade vinha o aumento do embaraço, que se traduzia, nesse casso, em regras de higiene. Os manuais aconselham a evacuação diária, banhos de quinze em quinze dias, além da troca de roupa-branca tão logo esteja suja. A cicilização leva sempre à restrição dos costumes, e a dificuldade está em evitar o gesto natural. Reprimir o espirro, não coçar a cabeça e muito menos meter os dedos no nariz, não levar a mão à boca nem roer as unhas, nunca arrotar: nos manuais estarão descritas atitudes e gestos que passam a ser obrigatórios.
- Editora: COMPANHIA DAS LETRAS
- Autores: AUTOR: ROQUETTE, J. I.
- ISBN: 9788571647343
- Capa: Brochura
- Edição: 1ª EDIÇÃO - 1997
- Formato: 11.50 x 16.00 cm
- Páginas: 408