Romance cujo enredo trágico é impulsionado pelo 
                     Kanun 
                    , código de honra que há séculos se transmite oralmente em regiões da Albânia. Determinando que o assassinato é um direito e um dever, o 
                     Kanun 
                    , minucioso e cruel, aprisiona famílias e aldeias inteiras num círculo vicioso de execuções.
                 
                O jovem montanhês Gjorg Berisha dá um tiro de fuzil e "toma o sangue" de Zef Kryeqyq. É a quadragésima quinta morte de uma vendeta iniciada setenta anos antes, quando um desconhecido foi vítima de um Kryeqyq depois de ser acolhido pelo clã dos Berisha. 
                 
                A matança entre as duas famílias é uma imposição do Kanun, código moral que há séculos é transmitido de boca em boca nas montanhas albanesas (assim como na região de Kossovo). Com rigor de antropólogo, Ismail Kadaré vai ao fundo dessa fantástica codificação do assassinato como direito e dever e extrai de lá toda a fúria das tragédias. Tão minucioso quanto cruel, o Kanun especifica os menores detalhes da vendeta: quem, como, onde e quando matar; a posição do cadáver; o anúncio da morte; o velório e o banquete fúnebre; o sepultamento da vítima; os prazos da vingança e as tréguas entre os clãs; as humilhações que devem ser impostas à família enquanto ela não "recuperar o sangue" que lhe foi tomado. 
                 
                O jovem Gjorg cumpre seu dever de cobrar dos Kryeqyq o sangue que eles devem aos Berisha, e os Kryeqyq têm agora o direito de recuperar o sangue que lhes foi tomado, matando Gjorg dentro de 28 dias. É o Kanun - esse círculo vicioso de execuções - que impulsiona o enredo de Abril despedaçado.
 
- Editora:  COMPANHIA DE BOLSO
- Autores:  AUTOR(A): KADARÉ, ISMAIL | Traduzido por: JOFFILY, BERNARDO
- ISBN:  9788535911336
- Capa:  Brochura
- Edição:  1ª EDIÇÃO - 2007
- Formato:  12.50 x 18.00 cm 
- Páginas:  176