Numa frase radical Theodor Adorno afirmou que depois de Auschwitz era barbárie escrever poesia. Sem dúvida interpelava os poetas responsáveis do mundo contemporâneo, os outros continuam a cultivar, sob formas suntuosas ou esquemáticas, a flor do poema alienado. João Cabral de Melo Neto e Paul Celan são artistas atentos da nossa época, nessa medida permanecem lúcidos perante o horror da Idade da Pedra Contemporânea, seja ele o campo de extermínio nazista ou os cemitérios gerais do Nordeste brasileiro. Por isso é natural que submetam tudo - inclusive a própria linguagem que usam - à crítica desmistificadora. O ensaio de Modesto Carone mostra como os dois poetas, partindo da auto-observação do poema, chegam ao impasse do silêncio, ponto de convergência e distanciamento de dois projetos comprometidos com o momento histórico e a relevância estética. Nesse sentido A Poética do Silêncio combina a Teoria da Literatura Comparada, intimando o leitor a entrar até o fundo de duas poéticas de nosso tempo para entender o dilema que as assedia - calar de vez ou falar ainda?
- Editora: PERSPECTIVA
- Autores: AUTOR: CARONE, MODESTO
- ISBN: 9788527306065
- Capa: Brochura
- Edição: 1ª EDIÇÃO - 1979
- Formato: 11.50 x 20.50 cm
- Páginas: 124