Nesta espécie de romance-reportagem, Hans Magnus Enzensberger parte do pressuposto de que não é possível ter uma visão unilateral da história e de que ela é, na verdade, uma "ficção coletiva". Entre a pesquisa histórica e a ficção, o texto teórico e o romance, O curto verão da anarquia conta a história da Guerra Civil Espanhola e faz um inusitado estudo biográfico do anarquista Buenaventura Durruti, uma das mais singulares personalidades do conflito.Constituído de entrevistas, panfletos, discursos, artigos de revistas e jornais - enfim, de narrativas esparsas e até mesmo contraditórias - o livro ultrapassa, apesar disso, a mera compilação e se transforma numa leitura absolutamente envolvente. Emprestando unidade a esse todo à primeira vista disforme, Enzensberger reaviva a tradição da grande narrativa épica, procedimento que se torna claro no desenlace do "romance", que é dedicado à morte do legendário anarquista. Tanto a versão dos fascistas como a dos social-democratas, dos comunistas e dos anarquistas são, em princípio, verossímeis. Por qual delas optar? A visão poética e múltipla que Enzensberger tem de Buenaventura Durruti é a chave para este livro político.
- Editora: COMPANHIA DAS LETRAS
- Autores: Traduzido por: SUZUKI, MÁRCIO | AUTOR: ENZENSBERGER, HANS MAGNUS
- ISBN: 9788585095253
- Capa: Brochura
- Edição: 1ª EDIÇÃO - 1987
- Formato: 14.00 x 21.00 cm
- Páginas: 344